sexta-feira, 13 de abril de 2012

Lâmpada para meus pés - parte 1

     Eu estava num bosque vivo e florido, e por ele caminhava até o fim do dia. Lá encontrei muitos amigos que sempre vinham até mim contar de suas virtudes e sua simplicidade. As flores eram sempre repletas de cor inexaurível e sem igual, as borboletas voavam em majestade e os pássaros cantavam hinos que homem algum jamais ousou enjaulá-lo nos três pares de linhas de uma partitura. Seja na clave de sol ou na clave de fá, colcheias jamais escreveriam tais louvores. O riacho chamado Riacho das Lembranças era de águas límpidas e tinha sua fonte nos mais altos montes. Simplicidade, grande amiga. Inocência, grande amiga. Infância, eterna amiga.
      Os dias não eram ordinários; contudo tudo tem seu começo e fim. Aqueles dias haviam chegado ao fim, as flores se mostraram incolores e sem perfume; os pássaros padeceram em rouquidão e seus cânticos se tornaram em melancolia; o rio havia se secado e a vida que nele tomava abrigo já não existia mais. Os céus se enegreceram e a terra se tornou em sequidão; uma névoa sombria e tenebrosa cobriu a terra; era o fim de um tempo; era início de um tempo.

[-CONTINUA-]

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