domingo, 17 de junho de 2012

Voe, pequeno pássaro!

A vida imprime em todo os seres pensantes suas mais diversas sensações; são momentos, são lembranças, quer sejam boas ou ruins, que nos montam e nos constroem, dando-nos a glória de sermos chamados Homo sapiens. 

Peregrino prossegues sem estribilho
Sabendo que da vida nada levarás
Senão um coração andarilho.

Nessa lida que te faz um exímio andarilho,
Andas sempre cheio de pressa e sempre de saída
Porquanto sabes que no fim não haverá mais brilho.

Voe, pequeno pássaro, voe mais alto
A vida não tornará a ti
e a beleza se esvai como num assalto.

Nessa lida, o caminho é só de ida
Para ti, ó pequeno pássaro,
A vida não se curva e não, não há saída.

De baixo da água tudo é vida
Aqui em cima a selva de pedra te rodeia
Mas se tu voas, para quê uma despedida?

Cante, ó pequeno pássaro de grande alma
Pois o caminho que te foi proposto trilhar
Não te será possível num espírito sem grande calma

Amigos vem e vão, inimigos vem e vão
Mas tu, ó pequeno pássaro, trilharás o que te foi proposto
Pois a vaidade cobre céu, terra e chão.

No momento em que te faltar as palavras de luz
Não abre a boca para que não te faças néscio
Mas lembra-te que a tua vida foi comprada em morte e morte de cruz.

Agora, pequeno pássaro, podes viver
A intrepidez te será por companheira
e morte ou mal algum terás de temer.


P.S: O sentido é, indubitavelmente, mais precioso do que qualquer métrica quadrada ou milimétrica. Perdoem-me os altivos sabidos.
Wesley Santos

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