sábado, 24 de novembro de 2012

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Sobre as pedras que me jogam

A perseguição sempre fora a melhor forma de contemplar desmascaradamente o mundo e as pessoas. Todo aquele que é perseguido em nome da verdade é visto como mero excêntrico, entretanto ao passar dos anos, a história se encarrega de consolidá-lo e entregar-lhe mérito ainda que póstumo. Os exemplos são incontáveis: Jesus, Estevão, Martin Luther King Jr., Mahatma Gandhi, os inúmeros mártires em Roma, Mandela, Lutero, Apóstolo Paulo e tantos outros. O fato é que a perseguição distingue os oportunistas daqueles que defendem uma causa que é maior que a sua própria vida. E foi meditando nisso que tive a bem-aventurança de chegar ao texto do Dr. William Douglas, professor, e juiz federal e expert em concursos públicos, que recebeu severas críticas devido ao lançamento do seu livro "As 25 Leis Bíblicas para o Sucesso".
William Douglas, cristão, juiz federal  

[...] Estou acostumado a receber pedras. Sou cristão desde novo, e isto na época em que éramos vistos quase como uma seita, e muito discriminados. Já fui pobre, já morei no bairro pobre, sou do movimento negro, já era nerd desde uma época em que isso era motivo de chacota. Torço pelo Fluminense e atualmente não, mas isso já foi bem difícil,rs. Fui Delegado de Polícia e Defensor Público, e sou professor, três profissões honradas e maravilhosas que são pouco valorizadas (bem menos do que deveriam) e que nos permitem lidar com os maiores dramas humanos. Fui advogado, outra profissão criticada, mas sobre a qual se deposita a defesa dos direitos constitucionais sempre que violados. E sou magistrado, o cara que quando decide sempre desagrada alguém (quem perde, e às vezes até quem ganha!rs). Enfim, estou acostumado a receber críticas. Defendo minhas ideias, dou a cara a tapa pelo que acredito. Em um mundo onde as pessoas calam e se omitem, onde para serem promovidas, ou aceitas, eu não me disponho ao "politicamente correto" quando ele veicula a mediocridade ou a injustiça. Seja no concurso, seja na teologia, seja no cotidiano profissional, estou bem acostumado a ser atacado, mal interpretado, etc. Até como pensador passo isso: criei a tese da legitima defesa antecipada, fui o primeiro a falar em Juizados Especiais na Justiça Federal... tudo isso objeto de críticas, algumas ácidas. Mas devo confessar: não saberia viver de outro modo, não saberia viver sem professar aquilo em que tenho fé. As pedras me darão, sempre, orgulho, se eu recebê-las em meu corpo por um bom motivo. E, claro, como alguém que tenta seguir o Cristo, sempre que houver um apedrejamento, meu dever religioso (e, como cidadão, professor e juiz, também meu dever cívico) é o de que eu esteja do lado certo das pedras: nunca as jogando, se possível protegendo alguém de recebê-las e, se elas estiverem vindo em minha direção, que seja não por meus pecados, mas por condutas minhas que agradem ao Pai ou que tornem o mundo mais justo. 
Nesse meio todo, em que tantas pedras existem e voam, também tenho recebido plumas, leves, macias, gentis. Você me jogou algumas. Obrigado. Isso mostra um pouco de sua pessoa. Só quem tem plumas na alma pode joga-las ao mundo. Ninguém pode dar o que não tem. Que as plumas que você me jogou sejam suas também, que amaciem seu caminho nessa estrada - chamada vida - cheia de pedras, mas de flores também”.
Inspirado pelas críticas e elogios, quero pontuar algumas coisas que me parecer relevantes. Em momento algum me acho perfeito ou tenho a ilusão de estar certo sempre. Contudo, certo ou errado, a forma como posso contribuir para a comunidade onde me insiro (esta aldeia chamada Terra), é compartilhar a minha verdade para que ela, somada às demais, em um debate civilizado e de boa fé, possa produzir uma obra coletiva, uma verdade comum, negociada, democrática. E, noutro caso, quando se trata da verdade bíblica que professo, não irei negociá-la. Contudo, mesmo a verdade bíblica é misteriosa, é uma verdade cuja interpretação é vária e difícil, que precisa de conversa franca para ser compreendida. A verdade da fé não pode ser negociada, mas seu conteúdo só se alcança com estudo, livros, debates, e eu quero participar deles. 
Amo o cristianismo, mas não me considero proprietário dele. Neste lugar, sou empregado, não dono ou supervisor. Acho que falta aos cristãos olharem mais para as traves em seus próprios olhos do que nos ciscos alheios. E sobre minhas traves, registro que não sou perfeito, mas posso dizer, como disse Martin Luther King Jr, “Não somos o que deveríamos ser, não somos o que queríamos ser, mas, graças a Deus, não somos mais o que éramos." O cristianismo não fez de mim, ainda, um bom cristão, mas fez de mim alguém muito menos ruim do que seria sem Cristo. Jesus poupou a mim e ao mundo de um William Douglas bem pior, acreditem. Tenho certeza que as ideias bíblicas podem poupar todos de pessoas, empresas e práticas cotidianas bem ruins para quem as pratica e também ruins para a coletividade. Quem estudar a Bíblia, creia nela ou não como livro de fé, terá que – à luz do atual estado do conhecimento humano – reconhecer que as melhores e mais avançadas ideias de Administração, carreira e negócios já estavam escritas há 2.000 anos. O mais moderno do pensamento laico está apenas confirmando o que profetas da Palestina defendiam nos desertos e pastagens de Israel.
Há ainda mais uma coisa. Informo que não vou parar de defender nem as ideias, nem o Cristo, nem o Judiciário, nem a lisura nos concursos, nem o serviço público, nem o magistério, nem a igualdade de oportunidades, nem a livre iniciativa, nem o Estado que não se omite, nem empresas éticas, nem coisa alguma daquelas que estou certo que irão melhorar o mundo. Não mesmo. Se alguém me convencer de que estou errado, mudarei de lado, mas até lá, e depois disso, ainda repetirei as palavras de Luther King: 
“A covardia coloca a questão: é seguro?O comodismo coloca a questão: é popular?A etiqueta coloca a questão: é elegante?Mas a consciência coloca a questão, é correto? E chega uma altura em que temos que tomar uma posição que não é segura, não é elegante, não é popular, mas o temos de fazer porque a nossa consciência nos diz que é essa a atitude correta.”
Eis aí minha posição: seguirei minha consciência, e que venham as pedras.
Entre as coisas que minha consciência me obriga está ouvir a todos, sentar à mesa mesmo com os que parecem obtusos, mesmo com os que pensam de forma diametralmente oposta à minha, mesmo com os “pecadores”, e ouvi-los. Jesus foi criticado por comer com prostitutas e publicanos, e eu não sou melhor do que ele. Antes, tenho-o como modelo. Ele, por sinal, foi crucificado por aqueles que não entenderam o que ele veio dizer. Mataram-no, e também a Estevão, Pedro, Gandhi, Luther King, Malcolm X, William Tyndale, Jan Hus, Martin Niemöller, entre outros.
Enfim, meus heróis não morreram de overdose. Morreram porque suas ideias revolucionárias eram fortes demais para as pessoas que os rodeavam. Meus heróis foram a overdose, e das substâncias que eles traziam (traficavam talvez, vez que a liberdade sempre foi proibida, e pensar diferente também), me nutro e as injeto em meu sangue, todos os dias, a fim de viver no mundo de sonho e utópico que meus heróis engendraram. A mim, valeu muito a diferença que Cristo fez em minha vida, que Luther King fez na América, Gandhi na Índia, Tyndale e Hus na tradução da Bíblia e assim por diante. Mandela na África, e John Wesley perante a escravidão e discriminação, também me valeram muito, e felizmente um está vivo e outro teve morte menos cruel. Quem mais eu poderia citar? William Wallace, por exemplo. Outro que mataram. A ignorância e a tirania vêm matando todos meus heróis sistematicamente.
Sobre o tema, quero citar novamente Martin Niemöller, no célebre poema “E Não Sobrou Ninguém”, tratando sobre o significado do Nazismo na Alemanha: "Quando os nazistas levaram os comunistas, eu calei-me, porque, afinal, eu não era comunista. Quando eles prenderam os sociais-democratas, eu calei-me, porque, afinal, eu não era social-democrata. Quando eles levaram os sindicalistas, eu não protestei, porque, afinal, eu não era sindicalista. Quando levaram os judeus, eu não protestei, porque, afinal, eu não era judeu. Quando eles me levaram, não havia mais quem protestasse."
Por razões e lições como essas eu irei protestar quando quiserem, como querem, calar os juízes. Quando quiserem concursos de mentirinha, ou servidores públicos enfraquecidos; quando quiserem impor a todos a homofobia ou a teofobia; quando quiserem mudar o conceito de Estado Laico (pois laico não é o Estado que rejeita o sentimento religioso, é apenas o Estado que escolhe uma religião, seja ela a cristã, a islâmica ou o ateísmo. O Estado Laico não rejeita a fé, respeita-a). Vou protestar quando quiserem me impor a “teologia da prosperidade” ou a “teologia da miséria”, dois equívocos dos mais praticados nas igrejas cristãs, tanto católica quanto evangélica, de meu país. Não é o que está escrito na Bíblia, e irei tocar nesse assunto por mais que ele incomode a uns ou a outros.
O livro “As 25 leis bíblicas do sucesso” é atacado, mas representa uma profissão de fé no modelo bíblico de comportamento no trabalho e na empresa. Estamos, eu e Rubens Teixeira, trabalhando nele há anos e seu estudo de fundo contém mais de 1.000 citações bíblicas. Foi elogiado por teólogos de linhas as mais diversas e por empresários, inclusive alguns não religiosos, por professores e consultores empresariais. Não é um trabalho superficial. O título, o prefácio, a abordagem, tudo foi escolhido para realmente abordarmos temas pouco usuais. E se já não bastasse abordar tema sob ótica incomum, também foi escrito respeitando o leitor ateu e agnóstico, focando em temas de interesse geral (para teístas e ateus) sobre os quais a Bíblia tem algo a dizer. Nesse sentido, expressa o sal e luz que temos que ser no mundo. E expressa leis inexoráveis que aproveitam a teístas e ateus, a hindus, cristãos e agnósticos. São princípios pouco estudados e eu e Rubens Teixeira nos propusemos, mesmo apesar dos riscos, a sistematiza-los.
Para quem é cristão, vale uma observação a mais. A ideia do livro não é a de que em uma semana se vá ganhar rios de dinheiro e que isso é a coisa mais importante do que Jesus Cristo. O escopo dele é mostrar que ensinamentos que estão na Bíblia, quando aplicados na vida profissional, são bons e muitas vezes nem percebemos isso. Muitas vezes passagens bíblicas como ser prestativo, p. ex., lê-se apenas em um contexto "espiritual" e aí (falando para os cristãos) a pessoa sai, vai evangelizar, ajuda nas tarefas da igreja, mas não percebe que um detalhe de prestatividade, uma gentileza a mais no trabalho pode render boas coisas, como o aumento de salário ou a projeção que a pessoa tanto deseja, ou coisas mais importantes ainda, como o exemplo e o “sal e luz” que os cristãos devem prezar. Como já foi dito, em frase ora imputada a Santo Agostinho, ora a São Francisco de Assis: “Evangelize sempre. Se precisar, use as palavras”. Seja pela evangelização, seja pela obediência, seja pelos resultados práticos, cabe ao cristão praticar o certo não apenas no espaço eclesiástico, mas no seu cotidiano. Isso, se ocorrer, será revolucionário e fará muito bem ao mundo.
Enfim, o livro traz algo muito bom inclusive que é o de parar de separar "mundo espiritual" de "mundo secular" (coisa que muito cristão faz), de forma que é indicado inclusive para quem não é religioso, pois os princípios ali contidos são eficientes para toda e qualquer pessoa que deseja ter uma carreira ou empresa bem sucedida. Quem discordar, pedimos que tenha a gentileza de dar uma lida no livro, nem que apenas numa livraria, sem sequer precisar comprá-lo. Para criticar o que viu. Eu e Rubens estamos abertos às críticas sobre o que pensamos, não sobre o que pensam que pensamos. 
Por falar em pensar, escrever é colocar o pensamento no papel. E quem pensa se arrisca, é assim que funciona. E se pensa e escreve, se arrisca mais ainda. Nós, por sinal, somos gratos a todos os que pensaram e disseram, ou escreveram, e até morreram por causa disso. Entretanto, só é livre quem pensa, pois, como ensinou Jesus, a verdade liberta. Eu e Rubens, não donos, mas servos da verdade, colocamos nossas ideias no papel. E, como disse um advogado na época da Revolução Francesa, “trazemos para a corte, numa bandeja, nossa cabeça e nossa verdade. Podereis dispor da primeira depois de ouvir a segunda.”
Espero que aqueles que pedem nossas cabeças se disponham a primeiro ouvir nossa verdade, assim como nós praticamos o princípio – dos Direitos Humanos antes mesmo que democrático e republicano – de ouvir a verdade alheia antes de criticar. Mas, se o fizerem, faz parte: a Humanidade já vem lidando com a crítica surda há milênios. Mas, se num átimo de tolerância, num átimo mesmo que de curiosidade, quem nos critica ler o livro e nos fizer alguma crítica centrada, inteligente, coerente, lógica, fundamentada, então ficaremos profundamente gratos. Queremos aprender mais e, apesar de não vir sendo comum ultimamente, estamos bastante abertos a ouvir quem pensa diferente de nós. E aos que nos elogiam e apoiam, mais uma vez nosso muito obrigado. São plumas que nos acalentam. A todos, nossa humilde verdade. Se quiserem discuti-la, obrigado, estamos certos de que aprenderemos alguma coisa. Como sempre, estarão ao dispor nossas cabeças, mesmo o corpo inteiro. Elas sempre entram em jogo quando o assunto é defender o que se pensa, ainda mais quando se pensa o diferente.
Nesse meio todo, em que tantas pedras existem e voam, também tenho recebido plumas, leves, macias, gentis. Você me jogou algumas. Obrigado. Isso mostra um pouco de sua pessoa. Só quem tem plumas na alma pode joga-las ao mundo. Ninguém pode dar o que não tem. Que as plumas que você me jogou sejam suas também, que amaciem seu caminho nessa estrada - chamada vida - cheia de pedras, mas de flores também”.
Inspirado pelas críticas e elogios, quero pontuar algumas coisas que me parecer relevantes. Em momento algum me acho perfeito ou tenho a ilusão de estar certo sempre. Contudo, certo ou errado, a forma como posso contribuir para a comunidade onde me insiro (esta aldeia chamada Terra), é compartilhar a minha verdade para que ela, somada às demais, em um debate civilizado e de boa fé, possa produzir uma obra coletiva, uma verdade comum, negociada, democrática. E, noutro caso, quando se trata da verdade bíblica que professo, não irei negociá-la. Contudo, mesmo a verdade bíblica é misteriosa, é uma verdade cuja interpretação é vária e difícil, que precisa de conversa franca para ser compreendida. A verdade da fé não pode ser negociada, mas seu conteúdo só se alcança com estudo, livros, debates, e eu quero participar deles. 
Amo o cristianismo, mas não me considero proprietário dele. Neste lugar, sou empregado, não dono ou supervisor. Acho que falta aos cristãos olharem mais para as traves em seus próprios olhos do que nos ciscos alheios. E sobre minhas traves, registro que não sou perfeito, mas posso dizer, como disse Martin Luther King Jr, “Não somos o que deveríamos ser, não somos o que queríamos ser, mas, graças a Deus, não somos mais o que éramos." O cristianismo não fez de mim, ainda, um bom cristão, mas fez de mim alguém muito menos ruim do que seria sem Cristo. Jesus poupou a mim e ao mundo de um William Douglas bem pior, acreditem. Tenho certeza que as ideias bíblicas podem poupar todos de pessoas, empresas e práticas cotidianas bem ruins para quem as pratica e também ruins para a coletividade. Quem estudar a Bíblia, creia nela ou não como livro de fé, terá que – à luz do atual estado do conhecimento humano – reconhecer que as melhores e mais avançadas ideias de Administração, carreira e negócios já estavam escritas há 2.000 anos. O mais moderno do pensamento laico está apenas confirmando o que profetas da Palestina defendiam nos desertos e pastagens de Israel.
Há ainda mais uma coisa. Informo que não vou parar de defender nem as ideias, nem o Cristo, nem o Judiciário, nem a lisura nos concursos, nem o serviço público, nem o magistério, nem a igualdade de oportunidades, nem a livre iniciativa, nem o Estado que não se omite, nem empresas éticas, nem coisa alguma daquelas que estou certo que irão melhorar o mundo. Não mesmo. Se alguém me convencer de que estou errado, mudarei de lado, mas até lá, e depois disso, ainda repetirei as palavras de Luther King: 
“A covardia coloca a questão: é seguro?O comodismo coloca a questão: é popular?A etiqueta coloca a questão: é elegante?Mas a consciência coloca a questão, é correto? E chega uma altura em que temos que tomar uma posição que não é segura, não é elegante, não é popular, mas o temos de fazer porque a nossa consciência nos diz que é essa a atitude correta.”
Eis aí minha posição: seguirei minha consciência, e que venham as pedras.
Entre as coisas que minha consciência me obriga está ouvir a todos, sentar à mesa mesmo com os que parecem obtusos, mesmo com os que pensam de forma diametralmente oposta à minha, mesmo com os “pecadores”, e ouvi-los. Jesus foi criticado por comer com prostitutas e publicanos, e eu não sou melhor do que ele. Antes, tenho-o como modelo. Ele, por sinal, foi crucificado por aqueles que não entenderam o que ele veio dizer. Mataram-no, e também a Estevão, Pedro, Gandhi, Luther King, Malcolm X, William Tyndale, Jan Hus, Martin Niemöller, entre outros.
Enfim, meus heróis não morreram de overdose. Morreram porque suas ideias revolucionárias eram fortes demais para as pessoas que os rodeavam. Meus heróis foram a overdose, e das substâncias que eles traziam (traficavam talvez, vez que a liberdade sempre foi proibida, e pensar diferente também), me nutro e as injeto em meu sangue, todos os dias, a fim de viver no mundo de sonho e utópico que meus heróis engendraram. A mim, valeu muito a diferença que Cristo fez em minha vida, que Luther King fez na América, Gandhi na Índia, Tyndale e Hus na tradução da Bíblia e assim por diante. Mandela na África, e John Wesley perante a escravidão e discriminação, também me valeram muito, e felizmente um está vivo e outro teve morte menos cruel. Quem mais eu poderia citar? William Wallace, por exemplo. Outro que mataram. A ignorância e a tirania vêm matando todos meus heróis sistematicamente.
Sobre o tema, quero citar novamente Martin Niemöller, no célebre poema “E Não Sobrou Ninguém”, tratando sobre o significado do Nazismo na Alemanha: "Quando os nazistas levaram os comunistas, eu calei-me, porque, afinal, eu não era comunista. Quando eles prenderam os sociais-democratas, eu calei-me, porque, afinal, eu não era social-democrata. Quando eles levaram os sindicalistas, eu não protestei, porque, afinal, eu não era sindicalista. Quando levaram os judeus, eu não protestei, porque, afinal, eu não era judeu. Quando eles me levaram, não havia mais quem protestasse."
Por razões e lições como essas eu irei protestar quando quiserem, como querem, calar os juízes. Quando quiserem concursos de mentirinha, ou servidores públicos enfraquecidos; quando quiserem impor a todos a homofobia ou a teofobia; quando quiserem mudar o conceito de Estado Laico (pois laico não é o Estado que rejeita o sentimento religioso, é apenas o Estado que escolhe uma religião, seja ela a cristã, a islâmica ou o ateísmo. O Estado Laico não rejeita a fé, respeita-a). Vou protestar quando quiserem me impor a “teologia da prosperidade” ou a “teologia da miséria”, dois equívocos dos mais praticados nas igrejas cristãs, tanto católica quanto evangélica, de meu país. Não é o que está escrito na Bíblia, e irei tocar nesse assunto por mais que ele incomode a uns ou a outros.
O livro “As 25 leis bíblicas do sucesso” é atacado, mas representa uma profissão de fé no modelo bíblico de comportamento no trabalho e na empresa. Estamos, eu e Rubens Teixeira, trabalhando nele há anos e seu estudo de fundo contém mais de 1.000 citações bíblicas. Foi elogiado por teólogos de linhas as mais diversas e por empresários, inclusive alguns não religiosos, por professores e consultores empresariais. Não é um trabalho superficial. O título, o prefácio, a abordagem, tudo foi escolhido para realmente abordarmos temas pouco usuais. E se já não bastasse abordar tema sob ótica incomum, também foi escrito respeitando o leitor ateu e agnóstico, focando em temas de interesse geral (para teístas e ateus) sobre os quais a Bíblia tem algo a dizer. Nesse sentido, expressa o sal e luz que temos que ser no mundo. E expressa leis inexoráveis que aproveitam a teístas e ateus, a hindus, cristãos e agnósticos. São princípios pouco estudados e eu e Rubens Teixeira nos propusemos, mesmo apesar dos riscos, a sistematiza-los.
Para quem é cristão, vale uma observação a mais. A ideia do livro não é a de que em uma semana se vá ganhar rios de dinheiro e que isso é a coisa mais importante do que Jesus Cristo. O escopo dele é mostrar que ensinamentos que estão na Bíblia, quando aplicados na vida profissional, são bons e muitas vezes nem percebemos isso. Muitas vezes passagens bíblicas como ser prestativo, p. ex., lê-se apenas em um contexto "espiritual" e aí (falando para os cristãos) a pessoa sai, vai evangelizar, ajuda nas tarefas da igreja, mas não percebe que um detalhe de prestatividade, uma gentileza a mais no trabalho pode render boas coisas, como o aumento de salário ou a projeção que a pessoa tanto deseja, ou coisas mais importantes ainda, como o exemplo e o “sal e luz” que os cristãos devem prezar. Como já foi dito, em frase ora imputada a Santo Agostinho, ora a São Francisco de Assis: “Evangelize sempre. Se precisar, use as palavras”. Seja pela evangelização, seja pela obediência, seja pelos resultados práticos, cabe ao cristão praticar o certo não apenas no espaço eclesiástico, mas no seu cotidiano. Isso, se ocorrer, será revolucionário e fará muito bem ao mundo.
Enfim, o livro traz algo muito bom inclusive que é o de parar de separar "mundo espiritual" de "mundo secular" (coisa que muito cristão faz), de forma que é indicado inclusive para quem não é religioso, pois os princípios ali contidos são eficientes para toda e qualquer pessoa que deseja ter uma carreira ou empresa bem sucedida. Quem discordar, pedimos que tenha a gentileza de dar uma lida no livro, nem que apenas numa livraria, sem sequer precisar comprá-lo. Para criticar o que viu. Eu e Rubens estamos abertos às críticas sobre o que pensamos, não sobre o que pensam que pensamos. 
Por falar em pensar, escrever é colocar o pensamento no papel. E quem pensa se arrisca, é assim que funciona. E se pensa e escreve, se arrisca mais ainda. Nós, por sinal, somos gratos a todos os que pensaram e disseram, ou escreveram, e até morreram por causa disso. Entretanto, só é livre quem pensa, pois, como ensinou Jesus, a verdade liberta. Eu e Rubens, não donos, mas servos da verdade, colocamos nossas ideias no papel. E, como disse um advogado na época da Revolução Francesa, “trazemos para a corte, numa bandeja, nossa cabeça e nossa verdade. Podereis dispor da primeira depois de ouvir a segunda.”
Espero que aqueles que pedem nossas cabeças se disponham a primeiro ouvir nossa verdade, assim como nós praticamos o princípio – dos Direitos Humanos antes mesmo que democrático e republicano – de ouvir a verdade alheia antes de criticar. Mas, se o fizerem, faz parte: a Humanidade já vem lidando com a crítica surda há milênios. Mas, se num átimo de tolerância, num átimo mesmo que de curiosidade, quem nos critica ler o livro e nos fizer alguma crítica centrada, inteligente, coerente, lógica, fundamentada, então ficaremos profundamente gratos. Queremos aprender mais e, apesar de não vir sendo comum ultimamente, estamos bastante abertos a ouvir quem pensa diferente de nós. E aos que nos elogiam e apoiam, mais uma vez nosso muito obrigado. São plumas que nos acalentam. A todos, nossa humilde verdade. Se quiserem discuti-la, obrigado, estamos certos de que aprenderemos alguma coisa. Como sempre, estarão ao dispor nossas cabeças, mesmo o corpo inteiro. Elas sempre entram em jogo quando o assunto é defender o que se pensa, ainda mais quando se pensa o diferente.

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I - P.S - Textos grandes não são atraentes à primeira vista e impressão, entretanto se tornam atraentes quando se deixa envolver e mergulha-se num mundo fonético e semântico que lava e enriquece a alma.
II - P.S -  Caso você não esteja sendo perseguido por algum motivo, talvez isso demonstre que suas causas sejam tão irrisórias e irrelevantes que não possuem o ousadia de mudar a si e ao mundo ao seu redor,  mas ainda assim te acompanhará de baixo de sete palmos como o teu pior pesadelo que exclama em alta voz: "Eu poderia ter feito mais". Por isso viva por algo que verdadeiramente te faça ter a audácia de viver, porquanto a vida é como um vapor que agora se vê mas pouco a pouco se esvai para nunca mais.
III - P.S - Para que outros possam viver vale a pena morrer.

Pobre Razão

"Não cabe tudo em lógica. Razão não é tudo. O coração tem razões que a razão desconhece"

Pedro Demo

Jesus, liberdade e Rock'n Roll!!

Saudações tricolores;

Divulgo aqui a mais recente produção da banda WiFire para todos aqueles que apreciam um bom e velho rock'n roll! Com letras que retratam a pureza do Evangelho, arranjos de altíssima qualidade, vocal agressivo e solos de guitarras extasiantes para todos os fãs de uma boa música!



domingo, 11 de novembro de 2012

Sobre as colinas


     À minha concepção, nossa caminhada só pode ser concluída em êxito com a agregação de dois exímios valores, a razão e a emoção. A fé é, de fato, resultante dessas duas vertentes que brotam na alma de todo Homo sapiens, e pode, ou não, ser utilizadaSuprimir a razão é dar cabo a toda capacidade intelectual e lógica as quais foram entregues à humanidade; por outro lado, deixar a emoção de lado tornar-nos-á máquinas, isto é, homens calculistas e frios; e como diria Chaplin: "Não sois máquinas! Homens é que sois!". O fato é que fomos sublimemente projetados e com excelsa simetria aplainados para um Propósito Eterno. Por fim, Gibran ousou dizer:

"Entre as colinas, quando vos sentardes à sombra fresca dos álamos brancos, partilhando da paz e da serenidade dos campos e dos prados distantes, então que vosso coração diga em silêncio: "Deus repousa na Razão". E quando bramir a tempestade, e o vento poderoso sacudir a floresta, e o trovão e o relâmpago proclamarem a majestade do céu, então que vosso coração diga com temor e respeito: "Deus age na Paixão". E já que sois um sopro na esfera de Deus e uma folha na floresta de Deus, também devereis descansar na razão e agir na paixão."


Logo; caros leitores;  pensais com a emoção e sintais com a razão.


P.S.: Com um Espírito consolador intrínseco, ao som de Brahms num dia sem sol nem chuva;
P.S.²: Cafeína te abre as entranhas da alma;


Oppositer

Ensaio sobre a normalidade

      Sófocles sempre fora um menino diferente. A anormalidade é um espanto aos normais. Sófocles era um espanto aos normais. Pela noite, Sófocles cantarolava e recitava seus poetas enquanto o mundo dormia; pela manhã, seu "bom dia" era caloroso e sincero e arrancava sorrisos a qualquer um que por ele passasse; num debate, seu parecer e opinião sincera e coesa sabedoria trazia consigo a solução de dilemas e resolução de conflitos que maravilhava a todos aqueles que perderam o apanágio de ver o óbvio; ou então  numa situação de desespero e morte, Sófocles avistava o belo mesmo em meio ao cenário horrendo e frívolo ao passo que os indivíduos ordinários perdiam as esperanças e adentravam ao mais severo inverno da existência. Mas num mundo multilinear toda realidade é entrópica. Sófocles cansou de correr contra corrente e exalar o bom perfume.
      "Qual o motivo de percorrer o caminho oposto?", indagava ele. "Afinal, todos são iguais e toda diferença é meramente estranha, alienígena e lunática". Sófocles então decide adentrar num processo lento e paulatino de "normatização", isto é, tornar-se ordinário. Pouco a pouco sua cosmovisão inocente passa a ser trocada por outra mundanizada e perversamente ordinária; as rosae pulchrae sunt não o são mais; tudo se fez banal. Adentrou, pois, à porta conduz à mais miserável das ruínas. Passou a falar o que todos falam e a deixar de lado seus poetas prediletos; deixou de lado suas canções mais exímias para afogar-se num mar de sons meaningless, o por do sol perdeu seu resplendor e a lua já não brilha como dantes. Tudo se tornou normal. A vida exaurida trouxe à tona o vazio que assola e aprisiona. Sófócles morreu. Tal morte não se trata de óbito fisiológico, mas do pior dos óbitos, o existencial. Sófocles camuflou-se na multidão. Alienado numa ideologia coletiva, deixou-se conduzir pela correnteza à sua própria sorte e destino.
     
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Post scripitum I
Não se rotule:
Não ouça o que todos ouvem,
Não se regozije por motivos que alegram a todos,
Não derrame suas lágrimas por aquilo que faz todos chorarem,
Não ande como todos andam,
Não cante o que todos cantam,
Não pense como todos pensam

Post scriptum II

É tempo de rever conceitos e voltar à consciência sublime de uma mente sincera e um coração andarilho.
A todos vós, andarilhos à procura de sua pátria, erga os olhos para o alto porquanto próxima está a vossa redenção.


Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; E porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem.
Mateus 7:13-14


Oppositer

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Eu tinha apenas dezessete anos,
No dia em que saí de casa,
E não fazem mais de quatro semanas 
Que eu estou na estrada,
Mas encontrei tantas pessoas tristes,
Desaprendendo como conversar
Apesar das minhas roupas rasgadas,
Eu acredito que vá conseguir,
Uma carona que me leve pelo menos à cidade mais próxima,
Onde ninguém vai me olhar de frente,
Quando eu tocar na velha guitarra,
as canções que eu conheço"


Sá & Guarabyra



terça-feira, 6 de novembro de 2012

A Força do Amor

       "Aos nossos mais implacáveis adversários, diremos: “Corresponderemos à vossa capacidade de nos fazer sofrer com a nossa capacidade de suportar o sofrimento. Iremos ao encontro da vossa força física com a nossa força do espírito. Fazei-nos o que quiserdes e continuaremos a amar-vos. O que não podemos, em boa consciência, é acatar as vossas leis injustas, pois tal como temos obrigação moral de cooperar com o bem, também temos a de não cooperar com o mal. Podeis prender-nos e amar-vos-emos ainda. Assaltais as nossas casas e ameaçais os nossos filhos, e continuaremos a amar-vos. Enviais os vossos embuçados perpetradores da violência para espancar a nossa comunidade quando chega a meia-noite, e, quase mortos, amar-vos-emos ainda. Tendes, porém, a certeza de que acabareis por ser vencidos pela nossa capacidade de sofrimento. E quando um dia alcançarmos a vitória, ela não será só para nós; tanto apelaremos para a vossa consciência e para o vosso coração que vos conquistaremos também, e a nossa vitória será dupla vitória”. O amor é a força mais perdurável do mundo. Este poder criador, tão belamente exemplificado na vida de nosso Senhor Jesus Cristo, é o instrumento mais poderoso e eficaz para a paz e a segurança da humanidade. Diz-se que Napoleão Bonaparte, o grande gênio militar, recordando a sua anterior época e conquistas, teria observado: “Tanto Alexandre como César, Carlos Magno ou eu próprio, criamos grandes impérios. Mas onde se apoiaram eles? Unicamente na força. Jesus, há séculos, iniciou a construção de um império fundado no amor, e vemos hoje ainda milhões de pessoas que morrem por Ele”. Ninguém pode duvidar da veracidade dessas palavras. Os grandes chefes militares do passado desapareceram, os seus impérios ruíram e desfizeram-se em cinza; mas o império de Jesus, edificado solidamente e majestosamente nos alicerces do amor, continua a progredir. Começou por um punhado de homens dedicados que, inspirados pelo Senhor, conseguiram abalar as muralhas do Império Romano e levar o Evangelho ao mundo todo. Hoje, o reino de Cristo na terra compreende mais de um bilhão de pessoas e reúne todas as nações ou tribos. Ouvimos hoje de novo a promessa de vitória: Jesus há de reinar enquanto o sol fizer sua viagem cada dia; o seu Reino irá de costa a costa até que a lua deixe de mudar. A que outro coro, alegremente, responde: Não há em Cristo Leste ou Oeste, n’Ele não há Norte nem há Sul, mas a grande unidade do Amor por toda a vasta terra inteira. Jesus tem sempre razão. Os esqueletos das nações que o não quiseram ouvir enchem a História. Que neste século vinte, nós possamos escutar e seguir as suas palavras antes que seja tarde demais. Possamos nós também compreender que nunca seremos verdadeiros filhos do nosso Pai do céu sem que amemos os nossos inimigos e oremos por aqueles que nos perseguem."



Martin Luther King, Jr. (1929-1968)